Autor: Sabrina Sasso Nobre
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Avaliar a personalidade é uma das tarefas mais complexas, pois, diferente da inteligência que pode ser considerada um constructo sólido, a personalidade parece ter uma validade preditiva de alcance social significativo. Imagine assim: quando avaliamos a inteligência é possível indicar que determinada capacidade se encontra dentro da média esperada, inferior ou abaixo desta, já quando avaliamos a personalidade indicamos que “parece haver” determinado traço, ou seja, a avaliação sempre é complexa e inúmeros elementos devem ser levados em consideração antes de se construir uma hipótese.

No campo da psicologia, existem diversos modelos que buscam identificar as dimensões básicas da personalidade. Um dos modelos é o dos 5 grandes fatores de personalidade ou Big Five, que busca apontar as dimensões sob as quais os sujeitos, independentemente da cultura, se reconheçam e se diferenciem. Os fatores do big Five são: extroversão, amabilidade, realização, neuroticismo e abertura.

  • Extroversão: Pessoas com esse fator de personalidade apresentam entusiasmo de si e com a vida, buscam maior socialização e contato com os outros, além de forte entusiasmo.
  • Amabilidade: Esse fator é característico por tendência a empatia, honestidade, generosidade e maior inclinação para submissão e perdão.
  • Realização: Vontade de alcançar, são pessoas que planejam, cuidadosas, responsáveis, se esforçam para obter seus objetivos e levam as obrigações muito a sério.
  • Neuroticismo: Dimensão ampla, cobre diversas características relacionadas a ansiedade, são pessoas tensas, com características de autopiedade.
  • Abertura: Está aberto a novas ideias, valores e sentimentos. São curiosas, buscam novidades e variedades, são mais tolerantes e criativos.

Além desses fatores apresentados, também é válido dizer que cada fator tem o seu elemento oposto, por exemplo, o fator contrário de abertura, é o fechamento, e apesar de alguns fatores parecerem ser melhores que outros, saiba que é um pensamento precipitado, pois, muitas pessoas que têm como fator a realização, podem ter certa tendência ao transtorno obsessivo-compulsivo, por exemplo.

Digman JM. Five robust trait dimensions: development, stability, and utility. J Pers. 1989 Jun;57(2):195-214. doi: 10.1111/j.1467-6494.1989.tb00480.x. PMID: 2671337.

Dalgalarrongo, Paulo. Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais. Porto Alegre, Artmed, 2019.