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Vitório Guidano (1991), propõe um modelo sobre o conhecimento da experiência humana e um método psicoterapêutico que destaca o papel fundamental das relações vinculares na construção da identidade pessoal.
A metodologia cognitiva construtivista visa, através da relação paciente e psicoterapeuta, alcançar uma mudança que reorganize o sistema de conhecimento do sujeito.
Um dos objetivos desse método é acompanhar o indivíduo a uma reorganização do sistema de conhecimento através da auto-observação; mudanças podem ser provocadas, pelos procedimentos técnicos de intervenção terapêutica, possibilitando que a pessoa aumente a autoconsciência e a compreensão sobre a maneira em que organiza sua experiência, expandindo assim, sua referência sobre si mesmo e desenvolvendo práticas que antes eram incompatíveis na sua vida pessoal.
Precisamos levar em conta que é através da dialética do sujeito com o meio que o conhecimento sobre si mesmo e o mundo é construído de maneira única e singular; a maneira como cada um irá vivenciar a experiência está vinculada as histórias de referências internas.
A construção da base do conhecimento de cada individuo inicia nos primeiros meses de vida e influenciam as vivências futuras. Bowlby (2002) buscou compreender como as relações vinculares da criança com seus cuidadores se desenvolve, por exemplo, quando uma criança de dois anos se assusta busca o contato com a figura cuidadora, este comportamento Bowlby conceitua de “comportamento de apego”.
As vivências emocionais e a dinâmica das relações estabelecidas entre a criança e suas figuras significativas permitem ao sujeito uma primeira visão de mundo e de si mesmo. Essa interação possibilita a construção das primeiras pautas de relações que seriam usadas na interação com o meio e serviram como base para as futuras conexões. Porém, vale ressaltar que estas vivências não são determinantes já que a maneira de um sujeito se vincular pode mudar no decorrer da sua vida.
Guidano, por sua vez, descreve processos de organização que sustentam conhecimentos os quais estão de acordo a uma estrutura de significado pessoal, denominando-os OSP (Organização de Significado Pessoal), são elas: desordem alimentar psicogênicas, depressiva, fóbica e obsessiva.
Desordem alimentar psicogênica: necessidade de se sentir aceito, e ao mesmo tempo, a necessidade de se opor a pessoa com quem tem vínculo afetivo, por uma questão de autonomia e independência. A organização depressiva envolve temas referentes ao luto e perdas reais ou afetivas. Na organização fóbica apresentam-se temas sobre a sensação de ameaça, constrangimento, perigo e necessidade de proteção. A organização obsessiva apresenta relações com perfeccionismo, resistência em tomar decisões, compulsão e variação emocional.
PENA, Liliana; OLIVEIRA, Clara Costa. Psicoterapia de Vittorio Guidano e suas influências epistemológicas. Psicol. clin., Rio de Janeiro , v. 27, n. 1, p. 245-268, 2015 . Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-56652015000100014&lng=pt&nrm=iso>
Bowlby, J. (2002). Apego e perda: apego, a naureza do vínculo. São Paulo: Martins Fontes
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