Autor: Sabrina Sasso Nobre
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O luto se refere a um conjunto de reações a uma perda significativa. John Bowlby em sua busca por compreender as peculiaridades das relações vinculares sugere que, quanto maior o apego ao elemento perdido (que pode ser uma pessoa, fase da vida, animal, posição social etc.), maior o sofrimento do luto.

 Durante o processo de elaboração do luto, o sujeito, necessita se adaptar a nova realidade e isso pode gerar respostas emocionais, físicas, cognitivas e comportamentais. O enlutado sofre diversas mudanças e com elas a perda de expectativas e ideais, o sujeito fica mais estressado e tem uma dificuldade maior de regulação emocional.

Algumas manifestações são consideradas comuns no luto, dentre elas estão: tristeza, raiva, culpa, vazio no estômago, falta de ar, opressão no peito, confusão, pensamentos e imagens recorrentes, incredulidade, isolamento social, choro e alterações no sono e apetite. 

Cerca de 2,4 a 6,7% das pessoas que estão passando pelo processo de luto apresentam o que chamamos de transtorno do luto complexo persistente, ele compromete o funcionamento cotidiano persistindo por um longo tempo após a perda (geralmente 12 meses após a perda). Enlutados que vivenciaram uma morte inesperada ou violenta apresentam mais chances de desenvolver o luto complexo pois podem gerar sentimentos como a culpa e o medo.

Pessoas que apresentam o luto complexo persistente desenvolvem algumas dificuldades, sendo elas: Integração da perda, ou seja, o luto é visto como um trauma, ocasionando muito estresse para o enlutado; Interpretações disfuncionais após a perda; interpretações negativas sobre si mesmo, a vida e o futuro; Estratégias de evitação, como isolar-se de atividades sociais.

Zilberman, A.B., & Gaitán, JIC. (2021). Lidando com perdas e luto a partir da terapia cognitivo-comportamental. Federação Brasileira de Terapias Cognitivas, C. B. Neufeld, E. M. O. Falcone & B. P. Rangé (Orgs.), PROCOGNITIVA Programa de Atualização em Terapia Cognitivo-Comportamental: Ciclo 8 (pp. 11-33), Porto Alegre: Artmed. https://doi.org/10.5935/978-65-5848-339-7,C0002