Autor: Sabrina Sasso Nobre
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A negligência visual é um fenômeno neurológico que se manifesta como um déficit na percepção e atenção a estímulos visuais, resultante de lesões em regiões específicas do cérebro. Essa condição é comumente associada a danos no hemisfério direito do cérebro, embora possa ocorrer em outras circunstâncias, afetando diversos aspectos da vida do indivíduo.

Os pacientes com negligência visual apresentam dificuldades em perceber ou responder a estímulos que se situam no lado oposto à lesão cerebral, caracterizando-se como uma falta de atenção que pode impactar severamente suas atividades diárias. O diagnóstico precoce é fundamental para o êxito da reabilitação, mas a detecção da condição pode ser desafiadora, especialmente quando os déficits são sutis ou pouco evidentes.

A negligência visual pode ser definida como a incapacidade do paciente de atender ou reagir a estímulos apresentados no lado contralateral da lesão. Por exemplo, ao ser solicitado a levantar os braços, um paciente pode levantar apenas o braço direito, apresentando dificuldade ou até mesmo ignorando o braço esquerdo.

Essa condição se manifesta de duas formas principais: peri-pessoal e extra-pessoal. A forma peri-pessoal refere-se a manifestações que ocorrem em espaços próximos. Um exemplo disso é quando o indivíduo não consome alimentos de um dos lados de seu prato, comendo apenas metade. Já a forma extra-pessoal se refere a manifestações em um espaço mais amplo, onde o indivíduo pode colidir com móveis ou objetos do ambiente, ignorando um dos lados.

A avaliação neuropsicológica desempenha um papel crucial na gestão da negligência visual, sendo necessária uma análise detalhada do caso, tendo em vista o impacto negativo que essa condição pode ter no dia a dia do paciente.

O tratamento e a reabilitação para negligência visual incluem terapia ocupacional para ajudar os pacientes a desenvolver estratégias eficazes para lidar com a condição. Além disso, o treinamento visual pode ser utilizado para aprimorar a atenção e a conscientização espacial. Estratégias compensatórias, como a disposição de objetos no campo visual não afetado, também são importantes no processo de reabilitação.

O prognóstico para pacientes com negligência visual pode variar. Muitas pessoas apresentam melhorias significativas com a reabilitação; no entanto, a recuperação total pode não ser alcançada em todos os casos.

Referencias:

Costa, Cátia Marlene da. Avaliação Neuropsicológica da Heminegligência Visuo-espacial após Acidente Vascular Cerebral: Um Estudo Exploratório. 2011.

Costa, Cátia Marlene da. Avaliação Neuropsicológica da Heminegligência Visuo-espacial após Acidente Vascular Cerebral: Um Estudo Exploratório. 2011.