Autor: Sabrina Sasso Nobre
Últimos posts por Autor: Sabrina Sasso Nobre (exibir todos)

A psicoterapia é uma jornada de autoconhecimento e transformação que visa promover o bem-estar emocional e mental. Um dos aspectos cruciais desse processo é a frequência das sessões, que geralmente ocorrem semanalmente. Em um estudo realizado em 2019, tanto a melhora como a recuperação dos pacientes atendidos foram associados a maior frequência das sessões de psicoterapia pelo menos nos três primeiros meses de tratamento. A baixa frequência nas sessões de psicoterapia pode levar ao curso crônico do transtorno mental. A regularidade das sessões é fundamental por várias razões:

Estabelecendo Rotinas e Vínculo Psicoterapêutico: Manter uma rotina regular de sessões ajuda a criar um espaço seguro e previsível para o paciente. A continuidade das discussões e reflexões durante as sessões semanais permite que psicólogo e paciente, juntos, construam uma relação sólida e de confiança, essencial para um trabalho psicoterapêutico efetivo. A conexão emocional e a empatia são facilitadas por esse contato frequente, o que favorece a abertura do paciente para explorar questões mais profundas.

Processamento e Integração de Experiências: As sessões semanais ajudam os pacientes a processarem e integrarem as experiências entre as consultas. O período de uma semana proporciona tempo suficiente para que novas situações, emoções e pensamentos sejam vivenciados e levados para a psicoterapia. Durante a sessão, o paciente pode discutir esses acontecimentos, promovendo a reflexão e o aprendizado, além de permitir que o psicólogo ofereça feedback e orientações em tempo real.

Prevenção: Longos intervalos entre as sessões podem resultar em esquecimento dos temas discutidos, perda de foco ou até mesmo em um regresso emocional do paciente. A continuidade das sessões permite que os avanços feitos sejam mantidos, evitando que o paciente volte a estados anteriores de sofrimento. Além disso, a regularidade das sessões pode ajudar a criar um senso de responsabilidade e compromisso para com o processo psicoterapêutico.

Monitoramento e Ajustes no Tratamento: O trabalho em conjunto com um psicólogo possibilita um monitoramento constante do progresso do paciente. Com sessões frequentes, é possível ajustar as abordagens e técnicas utilizadas com base na evolução clínica. Essa adaptação dinâmica é crucial para atender às necessidades em constante mudança do indivíduo, garantindo que o tratamento permaneça relevante e eficaz.

Melhora dos Sintomas e Progresso: Com a regularidade das sessões, muitos pacientes começam a notar melhorias significativas em seus sintomas. A prática frequente de diálogo psicoterapêutico, o desenvolvimento de novas habilidades emocionais e a implementação de estratégias de enfrentamento podem levar a uma diminuição da ansiedade, depressão e outros sintomas. O progresso pode se manifestar em diversas áreas, como melhora da autoestima, relaxamento diante de situações desafiadoras, melhor capacidade de lidar com emoções e relacionamentos interpessoais mais saudáveis.

Compromisso com o Processo: Finalmente, a importância de não faltar às sessões reside no comprometimento com o próprio crescimento pessoal. A psicoterapia é um investimento em si mesmo e, como qualquer jornada, requer dedicação e esforço contínuo. As ausências podem não apenas interromper o progresso, mas também gerar sentimentos de frustração e de retorno à estagnação.

A regularidade das sessões de psicoterapia é um fator determinante para o sucesso do tratamento. As vantagens de manter um cronograma semanal incluem a construção de uma relação psicoterapêutica sólida, o constante processamento de experiências, a prevenção de retrocessos, o monitoramento de sintomas e, acima de tudo, o compromisso com a evolução pessoal. Ao valorizar essa continuidade, os pacientes se colocam em uma trajetória de transformação e autoconhecimento, propensa a trazer mudanças significativas para sua vida.

Refrencias:

Cunha, J. S. (2019). A eficácia da psicoterapia e os benefícios para a saúde mental [Trabalho de conclusão de curso, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo]. TEDE PUC-SP.

Tiemens, B., Kloos, M., Spijker, J., Ingenhoven, T., Kampman, M., & Hendriks, G.-J. (2019). Lower versus higher frequency of sessions in starting outpatient mental health care and the risk of a chronic course; a naturalistic cohort study. BMC Psychiatry, 19, 228.