Autor: Sabrina Sasso Nobre
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A atenção se refere a capacidade que temos para direcionar a nossa consciência e concentração para um determinado ponto, ou seja, selecionamos para onde queremos conduzir e sustentar a nossa atenção.

A capacidade atencional é considerada uma função executiva e diversos fatores podem influenciar sua funcionalidade: uma noite de sono inadequada, cansaço, uso de substância, álcool etc. Um componente importante para a atenção é o seu real interesse/motivação para determinada tarefa, sem esses dois aspectos seu cérebro pode entender a tarefa como algo que não é útil. Esse processo depende basicamente do seu nível de alerta, direcionamento do foco, alternância entre uma tarefa e outra e foco por um tempo prolongado mantendo o padrão.

No geral, nós absorvemos as informações sensoriais, as processamos e depois selecionamos os aspectos que são mais importantes para envolver a atenção, ela pode funcionar em diferentes estágios do processamento de percepção e os estímulos que não prestamos atenção são reduzidos, em vez de completamente eliminados. Por exemplo: a atenção visual permite que diferentes características visuais de objetos sejam analisadas por sistemas separados, esses mesmos sistemas processam informações ao mesmo tempo e nós conseguimos prestar atenção seletivamente em algumas coisas e bloquear outras. A atenção auditiva, por outro lado, permite você escolher qual conversa irá escutar, afinal, você não consegue prestar atenção em duas conversas ao mesmo tempo, isso também é válido para ambientes que tenham muito barulho, se alguém falar com você, o barulho a sua volta vai parecer menor, pois sua atenção estará voltada para a pessoa. Essa atenção seletiva é muito comum no dia a dia, a partir disso, também se estabelece a teoria do filtro, onde somente o que achamos importante é processado, ou seja, capacidade limitada de informações sensoriais.

Podemos ver a atenção como uma janela que abrimos para as informações que desejamos absorver e fechamos para as que não nos interessam tanto assim, porém, vale ressaltar que, mesmo que esta janela se feche ainda processamos alguns estímulos que não consideramos importantes. Agora imagine se temos um déficit significativo da capacidade atencional, o quanto isso afetaria a nossa percepção das experiencias que vivenciamos no dia a dia, o quanto isso impactaria na nossa construção de visão de mundo.

Gazzaniga, Michael. Ciência Psicológica: Mente, cérebro e comportamento. Porto Alegre: Artmed, 2005.

Malloy, Leandro et al. Avaliação Neuropsicológica. Porto Alegre: Artmed, 2010.

imagem: 3D Brain