Autor: Sabrina Sasso Nobre
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O aumento da proporção de idosos é um fenômeno mundial, nas últimas décadas, a expectativa de vida aumentou em cerca de 20 anos. Uma das consequências do envelhecimento populacional é o aumento da prevalência dos problemas de saúde, característicos do envelhecimento.

As doenças neurodegenerativas, dentre elas, as síndromes demenciais, são um dos problemas de saúde que podem acometer a população idosa, estima-se que 55 milhões de pessoas no mundo apresentam sintomas que sugerem presença de síndrome demencial. A demência é caracterizada pelo declínio das funções cognitivas e comportamentais, causando prejuízo na atenção, funções executivas, aprendizagem, memória, linguagem, percepção motora e cognição social. As demências são classificadas em: doença de Alzheimer; demência de corpos de Levy, demência Fronto temporal, demência devido a doenças do HIV, demência devido a traumatismo craniano, doenças de Parkinson, doença de Huntington, doença de Pick, doença de Creutzfeldt-Jakob, demência devido a outras condições médicas gerais, demência persistente induzida por substância, demência vascular e demência devido a múltiplas etiologias.

Pessoas acometidas por síndromes demenciais, vivenciam o impacto gerado pela degeneração celular que causam declínio progressivo das funções cognitivas e funcionais, no entanto, a evolução dos sintomas varia em cada sujeito. O tratamento farmacológico é opcional, dada a eficácia e variabilidade dos medicamentos de acordo com cada organismo, a doença se manifesta em cada paciente de modo único e singular.

No plano de intervenção, o manejo dos sintomas demanda um trabalho multidisciplinar para que seja possível estabelecer diferentes intervenções, que possam oferecer possibilidade de construção de estratégias que permitam uma qualidade de vida para o portador da doença e todos os envolvidos. O plano de intervenção é subjetivo e é fundamental que ele seja planejado de forma realista de acordo com a demanda de cada sujeito, além disso, é necessário considerar que este não sobrecarregue as pessoas envolvidas no processo, o objetivo é diminuir as dificuldades relacionadas ao cuidar.

Alguns passos do plano de intervenção são: coleta de informações para a análise funcional, observação de comportamento e entrevista; compreensão da função do comportamento desafiador, determinação de seus antecedentes e consequências; delineamento da intervenção; apresentação e discussão do plano de intervenção com o cuidador e monitoramento da intervenção; reavaliação do plano se necessário. Intervenções baseadas em análise funcional são eficazes e trazem melhoria da qualidade de vida do paciente, cuidador e familiares

O plano de intervenção pode englobar:

  • Estimulação de habilidades cognitivas remanescentes;
  • Reeducação das habilidades cognitivas em declínio;
  • Estabelecer estratégias para incentivar o convívio social;
  • Construir uma rotina que abarque atividades de lazer;
  • Orientação para a realidade;
  • Treino de memória;
  • Reabilitação neuropsicológica;

Referências

Lima Silveira, J (2006). Envelhecimento, demência e doença de Alzheimer: o que a psicologia tem a ver com isso? Revista de Ciências Humanas, Florianópolis.

PROPSICO programa de atualização em psicologia clínica e da saúde: Ciclo 6/Organizado pela sociedade brasileira de psicologia. Porto Alegre: Artmed Panamericana, 2022.