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A distinção entre os termos “doença”, “transtorno” e “síndrome” é fundamental no campo da saúde, pois cada um deles possui características específicas que descrevem diferentes aspectos da saúde, da doença e das condições humanas.
Doença: Estar doente significa um estado patológico resultante de uma anormalidade física ou química no corpo. É frequentemente associada a causas biológicas, como infecções, deficiências nutricionais ou desordens genéticas. A compreensão da doença se baseia em parâmetros fisiológicos e anatômicos. A doença pode ser identificada através de exames clínicos, laborais e de imagem, e tem uma etiologia definida (causa). A doença é vista como uma entidade que pode ser estudada, medida e tratada com intervenções específicas.
Transtorno: O termo transtorno é utilizado predominantemente na psicologia e psiquiatria para descrever padrões disfuncionais de comportamento e/ou emoções que resultam em sofrimento, disfunção ou dificuldades na vida diária. Transtornos podem incluir condições como transtornos de ansiedade, transtornos de humor, e cada transtorno é caracterizado por conjuntos de sintomas que se agrupam em categorias diagnósticas, conforme sistemas de classificação. Pode-se identificar certas causas ou fatores causais, padrões evolutivos e estados terminais típicos. O entendimento dos transtornos é baseado em uma epistemologia que considera fatores biopsicossociais, reconhecendo que aspectos biológicos, emocionais, sociais e culturais são interconectados e influenciam a saúde mental.
Síndrome: A síndrome refere-se a um agrupamento de sinais e sintomas que ocorrem juntos e caracterizam uma condição clínica, mas não necessariamente têm uma causa subjacente definida, é a definição de um conjunto momentâneo e recorrente de sinais e sintomas. Um exemplo é a síndrome de Down, que envolve uma série de manifestações físicas e cognitivas associadas à trissomia do cromossomo 21. O conceito de síndrome é importante na atuação clínica e faz referência à observação de um conjunto de características que podem ou não condizer com uma doença específica. As síndromes são frequentemente classificadas quando um padrão consistente é identificado.
A distinção entre doença, transtorno e síndrome é crucial para a prática clínica. Ela orienta diagnósticos, tratamentos e intervenções e reflete a complexidade da experiência humana. A evolução desses termos ao longo do tempo também é um reflexo do avanço da ciência, mostrando como as perspectivas sobre saúde e doença estão em constante mudança, adaptando-se à nova evidência e compreensão. Essa diferença é essencial para a comunicação entre profissionais de saúde, pesquisadores e pacientes, permitindo uma abordagem mais eficaz e empática em relação à saúde e ao bem-estar.
Referência
Dalgalarrondo, Paulo. Psicopatologia e Semiologia dos transtornos mentais. Porto Alegre: Artmed, 2019.
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