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A concepção do Eu pode ser simples no senso comum, no entanto, responder à pergunta “quem sou eu?” não é tão simples como apontar um dedo para si mesmo.
O eu sempre está presente na narrativa que cada um de nós constrói, e ele pode ser compreendido como uma construção contínua que tem as raízes fincadas nas relações interpessoais e no processo de significação da experiência, buscando sempre manter a coerência do sistema de conhecimento individual (Duarte, 2012).
Ao falar de si mesmo construímos uma história sobre o que e quem somos, o que fazemos e porque fazemos (Bruner, 2014), e essas histórias se ajustam de acordo com as experiências de vida, memórias e projeções do futuro de cada um.
A nossa identidade está em constante construção, para modo de exemplo, podemos imaginar que ela está sempre se atualizando como as atualizações de um celular, nós ficamos mais velhos, desenvolvemos outras concepções, ficamos mais sábios sobre determinados assuntos, temos novos amigos, novos trabalhos, ou seja, somos um ser proativo na construção da nossa história.
Contar nossa história para os outros também é uma tarefa difícil, afinal, será que a pessoa vai ter a mesma percepção que eu tenho? Minha autopercepção é coerente com a do outro? E se não for, como vou lidar com a incoerência? Estas são questões que vivenciamos em cada momento das nossas experiências de vida. Quando vivenciamos eventos que geram desconforto, ou que causam uma percepção de sermos visto pelo outro como diferente, a confirmação dos outros sobre quem somos (que diverge da nossa perceção), não sustenta a história e concepção de si mesmo e do mundo. Essa vivência pode gerar um desequilíbrio e influenciar a nossa autopercepção e, provavelmente, impactar na forma como vamos nos descrever.
Estamos em constante autoconstrução e somos agentes ativos das nossas mudanças e a psicoterapia possibilita, que o individuo, reconheça a si mesmo no espelho da sua própria história.
Bruner, Jerome. Fabricando Histórias: Direito, literatura, vida. São Paulo: Letra e voz, 2014.
Sasso Nobre, S. (2019).Migración y autopercepción: la experiencia de vivir entre mundos. Una perspsectiva constructivista cognitiva. Disponible en https://repositorio.uchile.cl/handle/2250/175937
Duarte, J. (2012). Aportes desde la intersubjetividad y la identidad narrativa para la psicoterapia constructivista cognitiva. La terapia como un marco para la construcción y deconstrucción de historias. Tesis para optar al grado de Magíster en Psicología mención clínica adulto. Santiago de Chile: Universidad de Chile: Facultad de Ciencias Sociales.
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