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A inteligência fluida, proposta pelo psicólogo Raymond Cattell, refere-se à capacidade de resolver problemas novos e aplicar o raciocínio lógico em situações desconhecidas. Ela abrange habilidades como pensamento crítico, agilidade mental, flexibilidade cognitiva e a capacidade de identificar padrões e relações complexas. Essa forma de inteligência é relativamente independente de experiências anteriores ou influências culturais, dependendo mais de fatores biológicos e genéticos.
A inteligência fluida atinge seu auge na vida adulta, mas tende a declinar com o envelhecimento, em decorrência de alterações cognitivas, como a atrofia em regiões subcorticais e nas áreas pré-frontais do cérebro. Sua atuação está relacionada ao processamento de informações, à formação de conceitos e à compreensão de implicações, sendo mais suscetível a mudanças orgânicas.
A inteligência cristalizada também foi proposta por Raymond Cattell e refere-se à utilização de habilidades, conhecimentos e experiências acumulados ao longo da vida. Ela é formada por meio da educação, da experiência e das influências culturais, e abrange aspectos como vocabulário, conhecimentos gerais e habilidades específicas armazenadas na memória semântica. Frequentemente, a inteligência cristalizada é utilizada para resolver problemas cotidianos complexos e é frequentemente referida como “inteligência social” ou “senso comum”.
Ao contrário da inteligência fluida, a inteligência cristalizada tende a permanecer estável ou até aumentar com o avanço da idade, uma vez que está relacionada a áreas neocorticais e regiões do cérebro, como o córtex temporal e o hipocampo. Essa forma de inteligência evolui com o tempo e é menos afetada pelo declínio relacionado à idade, mantendo-se ativa na terceira idade e resistindo a alterações orgânicas.
Em resumo, enquanto a inteligência fluida permite a resolução de problemas novos e abstratos, a inteligência cristalizada representa a aplicação de conhecimentos e experiências acumulados ao longo da vida. Essa interação entre as duas formas de inteligência é essencial em contextos que envolvem cultura e experiência, como atividades educacionais e situações do cotidiano, refletindo a complexidade da cognição humana ao longo da vida.
Referências:
Schelini, P. W.. (2006). Teoria das inteligências fluida e cristalizada: início e evolução. Estudos De Psicologia (natal), 11(3), 323–332. https://doi.org/10.1590/S1413-294X2006000300010
Mancini, Renato. Inteligência Fluida X Inteligência Cristalizada. Mancini Psiquiatria e Psicologia, 2019. Disponível em: https://mancinipsiquiatria.com.br/inteligencia-fluida/
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