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A memória é fascinante, imagine o quanto ela proporciona: podemos lembrar do sabor e cheiro do bolo da nossa avó, nosso primeiro encontro, nossa primeira decepção, a dor do primeiro joelho ralado, a ansiedade do primeiro dia de escola, a vergonha de um tombo, o gosto azedo do limão, a alegria de ganhar um presente, etc. E o interessante é que não lembramos somente do evento ocorrido, mas também lembramos as sensações, emoções e a atmosfera vivenciadas, portanto, poderíamos dizer que lembrar é viajar no tempo e essa viagem só é possível graças a nossa memória.
A memória se refere a capacidade de adquirir e armazenar informações tão simples quanto o cheiro do café e tão complexas como conhecimento lógico e abstrato da álgebra. São as informações armazenadas que nos ajudam a resolver problemas no cotidiano, somos capazes de evocar diversas memórias para resolver uma questão. Além disso, nossa memória contribui para a construção da percepção de continuidade durante a trajetória de vida. Segundo Kandel (2009), somos quem somos por obra daquilo que aprendemos e lembramos.
Nossas memórias nos dizem quem somos e nos permitem imaginar o que poderemos ser no futuro, elas funcionam como uma caixa de tesouros a qual nos é muito valiosa e não queremos perder, lá estão guardadas nossas maiores lembranças.
Elas integram nossa identidade pessoal, não há nenhum ser humano com as mesmas memórias que nós. Por mais que duas pessoas estejam juntas em um determinado evento, cada um vai ter uma vivência diferente, construindo memórias que divergem, o que nos torna seres únicos e singulares.
Recordamos inúmeros eventos prazerosos e tendemos a diluir o impacto gerado por eventos desagradáveis, porém, algumas vezes experiências negativas não se esvaem, persistem, perturbam e geram um grande desconforto.
Compartilhamos também a memória no ambiente social, ou seja, além de ser importante para a construção da identidade pessoal, ela transmite informação que colabora para a evolução e continuidade da sociedade.
A memória torna nossa vida rica e a perda da mesma desconstrói a autopercepção, quebra as conexões com a história e com as pessoas, destrói vínculos. Hoje em dia sabemos que déficits de memória estão presentes em transtornos psiquiátricos como depressão, esquizofrenia, etc.
Sendo assim, a compreensão do funcionamento da memória é fundamental para um tratamento mais eficaz destes transtornos.
IZQUIERDO, Iván. Memória – 2º edição. Porto Alegre: Artmed, 2002.
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