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As emoções estão presentes diariamente em nossas vidas, no entanto, não as reconhecemos com facilidade. Elas são manifestações neurofisiológicas e corporal ocasionadas por estímulos que nos levam a reagir de forma muito particular. São um aspecto fundamental da experiência humana, desempenhando papéis complexos e interconectados na adaptação, comunicação e na construção de relacionamentos.
Conseguir ajustar e manejar as emoções em resposta a diferentes situações, estímulos e/ou experiências é fundamental para o bem-estar emocional e a saúde mental. Pessoas capazes de regular suas emoções geralmente enfrentam melhor o estresse, mantêm relacionamentos mais saudáveis e têm uma maior resiliência emocional. A regulação emocional envolve uma série de estratégias e habilidades que permitem que as pessoas gerenciem suas emoções.
Algumas pessoas enfrentam dificuldades para manejar suas emoções de maneira saudável. Isso pode manifestar-se de várias formas e envolver uma variedade de emoções, como ansiedade, tristeza, raiva ou medo, que estão fora de proporção com a situação ou persistem por períodos prolongados. A desregulação emocional pode afetar significativamente o bem-estar emocional e a qualidade de vida.
A desregulação emocional pode estar associada a diferentes condições de saúde mental, como transtornos de humor, transtornos de personalidade e outros. Fatores como vivências traumáticas, estresse crônico, disfunções neurobiológicas e experiências de vida podem contribuir para a desregulação emocional.
Indivíduos acometidos pelo transtorno de personalidade borderline, por exemplo, frequentemente experimentam desregulação emocional significativa, o que é uma característica proeminente do TPB. A desregulação emocional no Transtorno de Personalidade Borderline envolve dificuldades em regular emoções intensas, frequentes e mudanças rápidas de humor. Algumas características comuns de desregulação emocional nesse contexto incluem:
- Intensidade Emocional:
Experimentar emoções intensas, como raiva, tristeza ou ansiedade, de forma mais pronunciada e duradoura do que o típico. - Dificuldade em lidar com o Abandono:
Medo intenso de abandono e dificuldade em lidar com a perda real ou percebida de relacionamentos importantes.- Impulsividade:
Comportamentos impulsivos em áreas como gastos, comportamento sexual, uso de substâncias, alimentação ou comportamentos perigosos. - Relacionamentos Instáveis:
Padrões de relacionamentos interpessoais instáveis, que podem envolver idealização extrema seguida por desvalorização rápida das pessoas próximas. - Autoimagem instável:
Uma autoimagem instável e uma sensação de identidade frágil. As pessoas com TPB podem ter uma falta de clareza sobre quem são e o que querem na vida. - Comportamento auto lesivo:
Tendência a se envolver em comportamentos auto lesivos, como automutilação, em resposta a emoções intensas ou para lidar com o estresse emocional. - Mudanças rápida de humor:
Flutuações rápidas e frequentes no humor, que podem variar de eufórico a deprimido em um curto espaço de tempo.
- Impulsividade:
Indivíduos acometidos pelo TPB podem apresentar dificuldades para lidar com acontecimentos da vida diária, gerando problemas relacionados ao trabalho, prejuízo no desenvolvimento acadêmico e disfunções no desenvolvimento interpessoal.
É importante a busca de ajuda profissional. Algumas formas para o tratamento devem incluir o desenvolvimento de um estilo de vida consciente, aprender a observar seus comportamentos e emoções com uma postura não crítica, ser compassivo com sua experiência emocional, construir ferramentas de regulação emocional, melhorar a autoimagem, aprender a lidar com impulsividade e estabelecer relacionamentos interpessoais mais saudáveis.
Referencias Bibliográficas:
Dornelles, Vinícius Guimarães. Transtorno de Personalidade Borderline: da etiologia ao tratamento. Novo Hamburgo: Sinopsys Editora, 2021.
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