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Esta semana abordaremos a síndrome de Cotard, uma condição psíquica extremamente rara. Caracterizada por uma série de sintomas, a síndrome inclui melancolia profunda, ansiedade intensa e delírios relacionados ao próprio corpo, bem como delírios de imortalidade. Os indivíduos afetados por essa condição podem chegar a negar a existência de determinadas partes do corpo ou, em casos mais graves, até mesmo a sua própria existência ou a de outras pessoas ao seu redor.
A síndrome de Cotard é geralmente observada em pessoas de meia-idade, embora possa afetar indivíduos em diferentes faixas etárias, incluindo a velhice. É importante ressaltar que esta condição não é um diagnóstico isolado; em vez disso, frequentemente está associada a condições psiquiátricas primárias, como esquizofrenia, depressão com episódio psicótico e diversos distúrbios neurológicos. Os delírios que acompanham a síndrome podem levar o indivíduo a acreditar que está morto, que não possui existência ou que perdeu órgãos internos, manifestando uma desconexão profunda com a realidade.
Embora a síndrome de Cotard possa, em algumas situações, ter uma resolução espontânea, é essencial que o tratamento adequado seja iniciado o mais brevemente possível. A condição pode ser extremamente debilitante e apresenta uma alta taxa de risco de suicídio, o que a torna uma emergência médica. Intervenções terapêuticas, como psicoterapia e, em alguns casos, medicamentos antipsicóticos ou antidepressivos, podem ser fundamentais para ajudar os afetados a recuperar uma percepção mais saudável da realidade e reintegrar-se em suas vidas.
A conscientização sobre a síndrome de Cotard é crucial, não apenas para identificar e tratar os indivíduos que a apresentam, mas também para desestigmatizar as condições de saúde mental. A empatia e o suporte adequado podem fazer uma diferença significativa na vida das pessoas que enfrentam esse tipo de dificuldades.
Referência
Machado L, Machado L. Síndrome de Cotard: a doença da imortalidade. Debates em Psiquiatria [Internet]. 30º de outubro de 2015 [citado 15º de agosto de 2024];5(5):34-7. Disponível em: https://revistardp.org.br/revista/article/view/160
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