Autor: Sabrina Sasso Nobre
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O transtorno de personalidade anancástica, também conhecido como transtorno de personalidade obsessivo-compulsivo, é um distúrbio psiquiátrico caracterizado por um padrão crônico e persistente de preocupação excessiva com detalhes, perfeccionismo, busca por controle mental e comportamental, rigidez, inflexibilidade, bem como a necessidade de aderir estritamente a regras e rituais. Essas características têm um impacto significativo na vida da pessoa afetada e em suas interações sociais.

Os critérios diagnósticos desse transtorno incluem:

  • Perfeccionismo: Indivíduos com transtorno de personalidade anancástica estabelecem padrões extremamente elevados de perfeição em todas as áreas de suas vidas.
  • Controle: Apresentam uma necessidade constante de controle sobre seu ambiente e atividades.
  • Rigidez: São altamente inflexíveis em relação às suas rotinas, regras e métodos de realização de tarefas.
  • Obsessões: Podem experienciar pensamentos intrusivos e obsessivos que geram ansiedade significativa.
  • Compulsões: Desenvolvem rituais ou comportamentos compulsivos para aliviar a ansiedade causada pelas obsessões.
  • Isolamento social: Devido à inflexibilidade e à necessidade de controle, as pessoas com esse transtorno podem enfrentar dificuldades em manter relacionamentos interpessoais. Além disso, apresentam uma preocupação excessiva com detalhes, listas, ordem, organização e horários, o que pode prejudicar a realização de tarefas.

É fundamental ressaltar que o transtorno de personalidade é distinto do transtorno obsessivo-compulsivo (TOC). Enquanto o TOC é caracterizado principalmente por obsessões e compulsões relacionadas a pensamentos intrusivos e indesejados, o transtorno de personalidade anancástica envolve traços de personalidade que afetam a maneira como a pessoa se relaciona com o mundo. Indivíduos com esse transtorno costumam demonstrar um foco excessivo em trabalho e produtividade, podendo acumular recursos financeiros para eventualidades futuras, além de manifestar rigidez e teimosia. A prevalência estimada desse transtorno varia de 2,1% a 7,9% na população.

O tratamento para o transtorno de personalidade anancástica geralmente envolve a psicoterapia, especialmente a terapia cognitivo-comportamental, que visa auxiliar o indivíduo a compreender e modificar seus padrões de pensamento e comportamento disfuncionais. Em alguns casos, a psicoterapia pode ser complementada com medicação, principalmente quando há sintomas específicos que requerem intervenção farmacológica. O apoio de amigos e familiares desempenha um papel relevante no processo de tratamento.

É essencial que, diante da presença desse transtorno, a busca por ajuda de um profissional de saúde mental seja prioritária, a fim de fornecer orientações adequadas e implementar uma abordagem terapêutica adequada.

Referência:

American Psychiatric Association. Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, DSM-5. Porto Alegre: Artmed, 2014.