Autor: Sabrina Sasso Nobre
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É complexo tentar elucidar de maneira resumida as diversas doenças da mente e do cérebro, pois, as doenças neuropsiquiatras são complexas e teríamos que entrar em algumas discussões longas como transtornos orgânicos e funcionais, por exemplo. No entanto, esta é uma discussão para outro dia, hoje tentaremos expor uma breve explicação sobre a ansiedade e os aspectos neuropsiquiátricos, para assim, tentar elucidar a importância do diagnóstico diferencial para a construção do plano de tratamento psicoterápico.

Atualmente existem hipóteses neuroanatômicas que sugerem que, determinadas lesões neurológicas, podem levar a sintomas e transtornos de humor, entre eles, o transtorno de ansiedade: transtorno de ansiedade generalizada, transtorno obsessivo compulsivo, transtorno do pânico, transtorno de estresse pós-traumático e fobia social.

Convulsões do lobo temporal, tumores, malformações arteriovenosas, lobectomias (remoção cirúrgica de um lobo), entre outros, podem levar o individuo a manifestar crises de pânico. Já os sintomas do TOC podem aparecer na doença de Huntington e Parkinson, além de relacionados a lesões dos gânglios da base de diversas etiologias (intoxicações, traumas).

Para melhor entender, sintomas de transtornos de ansiedade podem ser observados em diversos distúrbios neurológicos que afetam várias regiões cerebrais, por exemplo, na esclerose múltipla, a ansiedade pode se manifestar em até 37% dos pacientes.

Transtornos de ansiedade também tem sido relacionado à traumatismo cranioencefálico, a prevalência foi de 19% para transtorno de estresse pós-traumático, 15% para transtorno obsessivo-compulsivo, 14% para transtornos de pânico, 10% para fobias e 9% para TAG.

Esses transtornos são comuns e incapacitantes não só em cenários clínicos gerais, mas também em indivíduos com doenças neurológicas como Alzheimer, acidente vascular cerebral, e traumatismo cranioencefálico. Os transtornos de ansiedade requerem um diagnóstico diferencial, feito com cuidado. A farmacoterapia e a psicoterapia são eficazes e podem atuar colaborando com a melhora dos sintomas e funcionamento do sujeito acometido.

Yudofsky, Stuart; Hales, Robert. Fundamentos de neuropsiquiatria e ciências do comportamento. Porto Alegre: Artmed, 2014.