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O TAG, como já falamos em publicações anteriores, é demarcado por uma preocupação excessiva/desproporcional e ansiedade intensa, que interfere na qualidade de vida do sujeito. A pessoa que sofre com o TAG tende a catastrofizar as situações, buscam por reasseguramento, podem apresentar dificuldade de concentração, agitação, irritabilidade, tensão muscular, dificuldade para dormir e o pensamento central que circula é o “e se…”. Ainda podem apresentar sintomas como: náusea, aversão a surpresas, dificuldade para fazer escolhas, problemas gastrointestinais, perfeccionismo, autocritica exagerada, medo de ser rejeitado, necessidade de ter certeza etc.
Um dos principais elementos do Transtorno de Ansiedade Generalizada é a preocupação em excesso em relação ao risco real da ameaça, os tópicos de preocupação podem ser os mais variados e prevalecem na maior parte do tempo, isso acaba interferindo muito no dia a dia do paciente, afetando seu sono, memória e aprendizagem.
Nos preocupamos a todo o momento com uma questão ou outra, no entanto, o individuo acometido pelo TAG vivencia a preocupação de forma desproporcional, incontrolável, intensa, está o tempo todo buscando prevenir eventos ruins ou preparar-se de alguma maneira para confrontar estas possíveis intercorrências ameaçadoras. Esta forma de vivenciar os eventos leva o sujeito a viver imaginando as possibilidades de futuro, em uma tentativa de ter controle sobre essas, impactando assim, na qualidade vivencial dos eventos presentes.
Alguns teóricos entendem que a preocupação tem uma função de esquiva, ou seja, é uma tentativa de evitar conteúdos afetivos aversivos. Alguns exemplos de estratégias de esquiva são: preparar-se excessivamente, checar várias vezes um determinado elemento, procrastinação. Estas estratégias de esquiva acabam não funcionado a longo prazo, pois, tendem a ter função mantenedora dos padrões que geram preocupação, ansiedade e esquiva.
Os sujeitos altamente preocupados imaginam que podem evitar que coisas ruins aconteçam, talvez preocupar-se tenha evitado certos eventos, validando a sensação de proteção em “mundo perigoso repleto de ameaças”, pois, se trata de uma estratégia de adaptação à um mundo que o sujeito com TAG enxerga como repleto de perigos, cheio de incertezas e fora de controle.
A capacidade de preocupar-se é uma habilidade cognitiva que todos temos, e se refere a antecipação de um problema, mas pessoas com TAG tentam controlar suas emoções através da preocupação, o que os leva, a hiperestimarem eventos negativos, desenvolver baixa tolerância às incertezas e desenvolverem estratégias de autorregulação improdutivas. Lembrando que, a preocupação está presente na vida de todos nós no cotidiano, abaixo estão alguns sinais de que você pode estar tendo uma preocupação caracterizada como improdutiva.
• Preocupar-se com questões sem resposta;
• Preocupar-se com vários acontecimentos;
• Rejeitar uma solução por não ser perfeita;
• Pensar que deve preocupar-se até se sentir menos ansioso;
• Pensar que deve preocupar-se até controlar tudo.
Leahy, Robert. Como lidar com as preocupações. Porto Alegre: Artmed, 2007.
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