Autor: Sabrina Sasso Nobre
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A realidade virtual vem sendo utilizada para o tratamento de fobias, através desta ferramenta é possível expor o paciente fóbico a situações realistas em um ambiente seguro, controlado e acompanhado de um psicólogo que administra a intensidade de exposição através de um software. Mas antes de seguirmos falando sobre a realidade virtual precisamos entender o que é fobia.
A fobia faz parte dos transtornos de ansiedade e se caracteriza por episódios intensos de medo/ansiedade em relação a um objeto ou evento. Para podermos exemplificar, vamos nos deter na fobia social, que se refere a quadros de ansiedade em decorrência do contato com outras pessoas, as situações vão desde conversar ao telefone a participar de eventos sociais, essa ansiedade causa sofrimento para a pessoa afetando a qualidade de vida dela.
Sintomas frequentes: taquicardia, palpitações, sudorese, tremores, rubor, boca seca, medo de avaliação negativa, autodepreciação, sentimentos de humilhação, vergonha e timidez excessiva.
Alguns critérios do DSM são estabelecidos como: medo intenso por interações sociais; comer e beber sendo analisado pelos outros; realizar algo diante dos outros (palestra, discurso); o paciente age de forma negativa diante dos outros; as atividades tendem a ser evitadas; medo desproporcional frente à ameaça; a perturbação não tem relação com efeitos fisiológicos ou substâncias.
O tratamento da fobia social é multidisciplinar (psicólogo, psiquiatra), e uma das ferramentas clínicas utilizadas é a realidade virtual. A realidade virtual é considerada uma técnica de exposição que apresenta melhoras significativas dos sintomas.
Na exposição virtual, é feita a criação de cenários e personagens adaptados às situações ou objetos que causam ansiedade no sujeito, as situações para uma pessoa que tem fobia social, por exemplo, podem incluir pedir informação para uma pessoa na rua, entrar em uma festa e se destacar, fazer um discurso ou falar com alguém que esteja em uma posição hierarquicamente acima.
A exposição é considerada segura e controlada e permite que o usuário tenha uma experiência de imersão. A simulação é exibida junto com o acompanhamento de um profissional capacitado, sendo observada uma diminuição significativa da ansiedade social nas pesquisas, além de uma boa adesão ao tratamento.
No início, a terapia de exposição (realidade virtual) pode ser muito difícil e desconfortável, porque sempre tendemos a evitar e nos esquivar daquilo que gera desconforto. No entanto, na medida em que o tratamento vai evoluindo é possível perceber que ao estarem expostos ao objeto fóbico os sintomas já não são tão intensos, por exemplo, na fobia social o individuo já não fica congelado como costumava ficar ao falar em público ou em uma reunião.
Em uma exposição à realidade virtual onde há o cenário de falar para um público, o ato de ensaiar as expressões, os movimentos e as respostas às perguntas, possibilita a construção de um repertório (sem crises de ansiedade) que servirá como referência para essas situações sociais específicas. Com a prática o individuo pode começar a sentir-se mais confiante e seguro para agir na vida real.
Referencias:
https://agemt.pucsp.br/noticias/realidade-virtual-e-usada-para-tratamento-de-fobias

Realidade virtual no tratamento de fobias: como funciona?

Tratamento com realidade virtual reduz fobia social