Autor: Sabrina Sasso Nobre
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A cleptomania é caracterizada por um impulso irresistível de roubar objetos, independentemente do seu valor monetário ou da necessidade do item. Trata-se de um transtorno do controle dos impulsos que está associado à dificuldade em resistir ao impulso de roubar, mesmo quando a pessoa tem consciência de que o comportamento é inadequado. Indivíduos com cleptomania enfrentam prejuízos em suas vidas ocupacionais e sociais, relatando pensamentos intrusivos e impulsos de furto que prejudicam sua capacidade de concentração em casa e no trabalho. Eles reconhecem a inadequação do ato de roubar, porém descrevem o impulso como algo “incontrolável” e não condizente com seu caráter.

Antes de cometer o furto, a pessoa afetada pode sentir tensão, seguida de prazer ou alívio após o ato. Posteriormente, pode experimentar sentimentos de culpa, remorso ou depressão em decorrência da ação incorreta. Importante ressaltar que o furto não é motivado pelo valor do objeto, vingança ou raiva contra alguém. Os itens roubados podem ser colecionados ou devolvidos de forma discreta, sendo o ato realizado sem a assistência de terceiros e sem planejamento prévio. Muitas vezes, os indivíduos demoram para buscar ajuda devido ao sentimento de vergonha associado ao transtorno, que pode acarretar dificuldades legais, familiares, profissionais e pessoais.

A cleptomania é um transtorno complexo, caracterizado como uma doença crônica que apresenta significativas repercussões psicológicas, sociais e legais. O tratamento, que pode envolver a utilização de medicamentos e psicoterapia, tem o objetivo de auxiliar a pessoa afetada a melhorar sua qualidade de vida e lidar de forma mais eficaz com os impulsos causados pela cleptomania.

Referências

Grant, J. E., & Odlaug, B. L.. (2008). Cleptomania: características clínicas e tratamento. Brazilian Journal of Psychiatry, 30, S11–S15. https://doi.org/10.1590/S1516-44462006005000054

APA. Manual Diagnóstico e Estatístico dos transtornos mentais. DSM-5-TR. Porto Alegre: Artmed, 2023.