Autor: Sabrina Sasso Nobre
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A ansiedade é uma reação natural do corpo diante de situações desafiadoras ou ameaçadoras, desempenhando um papel adaptativo para a sobrevivência. No entanto, quando excessiva ou persistente, pode se transformar em um transtorno, afetando a qualidade de vida. Ela resulta de uma interação entre fatores genéticos e ambientais, envolvendo várias regiões cerebrais, como a amígdala e o córtex cingulado anterior, que amplificam a sensação de medo e bloqueiam pensamentos racionais. Embora funcional em níveis normais, a ansiedade exagerada pode se tornar disfuncional, prejudicando diferentes áreas da vida.

Perspectiva Orgânica da Ansiedade: Do ponto de vista orgânico, a ansiedade é acompanhada por uma série de reações fisiológicas que são acionadas pelo sistema nervoso autônomo. Quando uma pessoa enfrenta uma situação estressante, o corpo ativa a “resposta de luta ou fuga”, que prepara o organismo para reagir. Este processo envolve a liberação de hormônios como adrenalina e cortisol. Esses hormônios provocam uma série de mudanças fisiológicas, incluindo: aumento da Frequência Cardíaca (coração bombeia mais sangue para os músculos); Respiração Acelerada (respiração torna-se mais rápida e superficial); Tensão Muscular (os músculos se contraem na preparação para uma possível luta ou fuga); alterações Gastrointestinais (o corpo redireciona o fluxo sanguíneo para os músculos, diminuindo a digestão); Sensações de Tontura e Formigamento (a hiperventilação pode reduzir os níveis de dióxido de carbono no sangue, causando constrição dos vasos sanguíneos).

Perspectiva Emocional da Ansiedade: Emocionalmente, a ansiedade pode gerar uma variedade de sentimentos. Essa dimensão da ansiedade é frequentemente ligada a experiências passadas, expectativas futuras e pressões sociais. Quando a mente está constantemente ativa em pensamentos ansiosos, ela pode exacerbar a sensação de desconforto físico. Aqui estão algumas maneiras como a ansiedade se manifesta: ciclo de Pensamentos Negativos (a ruminação sobre problemas ou possíveis ameaças pode gerar um estado de alerta constante); Percepção Aumentada de Sintomas (a ansiedade pode amplificar a percepção dos sintomas físicos); Desconexão entre Mente e Corpo (em momentos de intensa ansiedade, a pessoa pode sentir-se desconectada de suas emoções e sensações corporais).

A ansiedade, embora natural, pode desencadear uma série de sintomas físicos e emocionais que afetam negativamente a vida cotidiana. Tanto as reações fisiológicas quanto os processos emocionais interagem de maneira complexa, criando um ciclo que pode ser difícil de quebrar. Reconhecer essas conexões é fundamental para abordar a ansiedade de forma funcional, permitindo que as pessoas desenvolvam estratégias eficazes para gerenciar seus sintomas e melhorar sua qualidade de vida. O tratamento pode incluir psicoterapia, técnicas de respiração e mindfulness, que ajudam a entender e a regular tanto as respostas físicas quanto as emocionais à ansiedade.

REFERÊNCIAS.

Martins, Cristiane. O que é ansiedade e como ela se diferencia da depressão. Disponível em https://www.bbc.com/portuguese/geral-59757461

Ministério da Saúde. Transtornos de Ansiedade podem estar associados a fatores genéticos. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2022/setembro/transtornos-de-ansiedade-podem-estar-relacionados-a-fatores-geneticos

Sabater, Valéria. A amigdala cerebral e sua relação com a ansiedade. Disponível em https://amenteemaravilhosa.com.br/amigdala-cerebral-ansiedade/