Autor: Sabrina Sasso Nobre
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A ansiedade pode ser uma resposta natural a situações desafiadoras, mas, quando se torna excessiva, pode levar a crises intensas que afetam o bem-estar emocional e físico. Uma abordagem eficaz para gerenciar esses episódios é usar os sentidos – visão, audição, olfato, paladar e tato – como ferramentas para regular a ansiedade. Essa prática é baseada em mecanismos que envolvem a distração, a auto-regulação e a reorientação da atenção, ajudando o indivíduo a se reconectar com o presente.

Como Funciona? Quando uma pessoa enfrenta uma crise de ansiedade, o cérebro muitas vezes se coloca em modo de “luta ou fuga”, ativando o sistema nervoso autônomo e liberando hormônios do estresse, como adrenalina e cortisol. Essa resposta pode resultar em sintomas físicos, como taquicardia, sudorese e falta de ar. Ao usar os sentidos para focar em estímulos externos, o indivíduo pode interromper esse ciclo de estresse e promover um estado de relaxamento. Por exemplo: liste 5 coisas que você pode ver, 4 que pode tocar, 3 que pode ouvir, 2 que pode cheirar e 1 que pode sentir o gosto. Dessa maneira, você foca no aqui agora.

Aqui estão algumas maneiras de usar os sentidos:

  1. Visão: A visualização de cenários relaxantes pode ser uma ferramenta poderosa. Olhar para uma foto de um lugar que evoca sensação de calma, como uma praia ou uma floresta, pode ajudar a mente a mudar de foco. Outra técnica é o uso de cores calmantes; ambientes com tons de azul e verde são conhecidos por promover a tranquilidade. Além disso, observar objetos ao seu redor e contar detalhes sobre eles pode ajudar a ancorar a mente no momento presente.
  2. Audição: Sons suaves ou música relaxante têm um efeito profundo na redução da ansiedade. Sons da natureza, como o canto dos pássaros ou o barulho de riachos, podem induzir um estado de relaxamento. Existem também playlists de meditação e sons específicos que podem ajudar a acalmar a mente. Durante uma crise, pode-se usar fones de ouvido para criar um “espaço” auditivo que ajuda a diminuir a percepção de estímulos estressantes.
  3. Olfato: O sentido do olfato está intimamente ligado às emoções e pode provocar respostas imediatas no cérebro. Aromas como lavanda, camomila e eucalipto são conhecidas por terem propriedades relaxantes. Ter óleos essenciais, sprays ou velas aromáticas à disposição pode ser útil. Em momentos de crise, inalar profundamente um aroma que remete a calma pode ajudar a reduzir a tensão.
  4. Paladar: Sabores podem ter um impacto emocional significativo. Comer algo que você gosta, como um chocolate ou uma fruta, e prestar atenção nas texturas e sabores pode ajudar a interromper o pensamento ansioso. Além disso, beber água ou chás de ervas calmantes pode ter um efeito tranquilizador, ajudando a regular a respiração e o ritmo corporal.
  5. Tato: O toque físico pode ser uma forma de autorregulação. Prazer em atividades táteis, como acariciar um animal de estimação, tocar em uma superfície macia ou usar uma bola antiestresse, pode servir como um âncora para acalmar os sentidos.

Usar os sentidos para regular a ansiedade durante uma crise é uma abordagem prática que pode ajudar a interromper o ciclo de medo e estresse. Ao direcionar a atenção para estímulos sensoriais, os pacientes podem criar um espaço de calma e restauração, favorecendo o relaxamento e a reflexão. A conexão entre os sentidos e a regulação emocional é importante, e a prática regular dessas técnicas pode aumentar a resiliência e a autoeficácia no enfrentamento da ansiedade. É importante que cada indivíduo explore quais métodos sensoriais funcionam melhor para si, criando um “kit de ferramentas” pessoal para momentos de crise.

Referências

Cellera Farma. 5 dicas para controlar uma crise de ansiedade. Disponível em https://cellerafarma.com.br/5-dicas-para-controlar-uma-crise-de-ansiedade/#:~:text=Use%20os%20seus%20sentidos%20para,desencadeou%20a%20crise%20de%20ansiedade. 2019.

Núcleo de Assistência à Saúde. NAS dá dicas de como interromper a crise de ansiedade e o ataque de pânico. Disponível em https://www.trf5.jus.br/index.php/noticias/leitura-de-noticias?/id=325287. 2024.