Autor: Sabrina Sasso Nobre
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Imagine um escritório onde dois colegas, João e Maria, são encarregados de preparar relatórios mensais para a equipe. João é bastante confiante em suas habilidades, sempre rápido em concluir suas tarefas e apresentar os relatórios. No entanto, suas análises são frequentemente superficiais e às vezes imprecisas.

Por outro lado, Maria, embora mais cautelosa e demorada em suas entregas, realiza análises mais aprofundadas e precisas. No entanto, ela tende a questionar sua própria competência, muitas vezes pedindo feedback adicional e revisando seu trabalho várias vezes antes de finalizá-lo.

Nesse contexto, João exemplifica o efeito Dunning-Kruger, pois sua confiança excessiva o impede de reconhecer suas deficiências e buscar melhorias. Ele acredita que está desempenhando bem o suficiente, sem perceber que suas análises são simplistas e incompletas.

Enquanto isso, Maria ilustra o outro lado do fenômeno. Apesar de suas habilidades superiores, ela subestima sua própria competência e constantemente busca validação externa. Ela não percebe plenamente o valor de suas contribuições devido à sua atitude autocentrada e autocrítica.

Esse exemplo demonstra como o efeito Dunning-Kruger pode afetar pessoas em diferentes níveis de habilidade, levando-as a interpretações distorcidas de suas próprias capacidades e desempenho.

 

O fenômeno conhecido como efeito Dunning-Kruger descreve uma tendência cognitiva intrigante: indivíduos com habilidades limitadas em uma determinada tarefa tendem a superestimar suas capacidades, enquanto aqueles com habilidades mais avançadas tendem a subestimá-las. Como no exemplo acima, João pode se sente confiante em uma atividade no trabalho, mesmo que esteja cometendo erros.

Para aqueles afetados por esse fenômeno, a ilusão de saber mais do que realmente sabem pode levar a decisões equivocadas e resultados insatisfatórios. Uma das explicações para esse comportamento é a dificuldade em distinguir entre desempenho bom e ruim, além da falta de experiência e crenças equivocadas.

A ironia é que a ignorância desse fenômeno é muitas vezes imperceptível. Suas consequências podem ser graves, incluindo decisões erradas e comportamentos perigosos. Até mesmo pessoas com conhecimento na área podem ser afetadas, sentindo-se desmotivadas ao se compararem com outros.

Para evitar cair nesse padrão, é fundamental buscar feedback de diversas fontes, manter-se sempre aprendendo e cultivar a modéstia, reconhecendo que sempre há mais a aprender.

Referencias:

Dunning, D. (2011). The Dunning–Kruger effect: On being ignorant of one’s own ignorance. In Advances in experimental social psychology (Vol. 44, pp. 247-296). Academic Press

Eureka!. (2020). Por Que Incompetentes se Acham Incríveis | Efeito Dunning-Kruger. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=sMFxG91bhe8