Autor: Sabrina Sasso Nobre
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Distorções cognitivas se referem a padrões de pensamento que podem ser irracionais ou tendencioso e tendem a distorcer nossa percepção da realidade. Esses padrões, frequentemente associados a problemas de saúde mental como ansiedade, depressão, estresse e transtornos de personalidade, são considerados erros sistemáticos na forma como processamos informações e interpretamos o mundo ao nosso redor. Alguns exemplos de distorções cognitivas incluem: generalização excessiva, focar apenas nos aspectos negativos de uma situação ignorando os positivos, acreditar que sabemos o que os outros estão pensando sem evidências concretas, catastrofização, diminuir a importância de nossas conquistas ou qualidades pessoais, ou amplificar a importância de nossas falhas ou imperfeições, entre outros.

Reconhecer e desafiar essas distorções cognitivas é uma parte crucial do processo de psicoterapia, pois nos ajuda a desenvolver uma compreensão mais precisa e equilibrada de nós mesmos e do mundo ao nosso redor.

Uma das distorções cognitivas frequentemente observada no âmbito clínico é o pensamento dicotômico, também conhecido como pensamento preto e branco, é um estilo de pensamento que simplifica a complexidade do mundo em apenas duas categorias opostas e distintas, ignorando as nuances e possibilidades intermediárias. Essas categorias são frequentemente percebidas como “certo” e “errado”, “bom” e “ruim”, “amigo” e “inimigo”, entre outras.

Esse tipo de pensamento tende a nos impedir de reconhecer a diversidade de opiniões, experiências e perspectivas que existem entre os extremos, levando a uma visão simplista e polarizada das questões. Embora possa ser útil em situações de tomada de decisão rápida ou para simplificar problemas complexos, o pensamento dicotômico também pode nos impedir de compreender plenamente o mundo ao nosso redor, dificultando a resolução de problemas que exigem uma abordagem mais flexível e aberta.

No âmbito clínico, o pensamento dicotômico está associado a distorções cognitivas, como o pensamento polarizado, onde uma pessoa tende a ver as situações de forma extrema, sem considerar possibilidades intermediárias. Essas distorções cognitivas podem contribuir para o estresse, ansiedade e dificuldades interpessoais.

Portanto, entender o pensamento dicotômico nos ajuda a reconhecer como percebemos e interpretamos o mundo ao nosso redor e nos permite desenvolver uma perspectiva mais equilibrada e aberta para lidar com as complexidades da vida.

Referências

Instituto Paranaense de Terapias Cognitivas. Pensamento Dicotômico: Como Trabalhar com Seu Paciente. Disponível em https://iptc.net.br/pensamento-dicotomico/. 2021.

Correia, Nilton (Artmed). Distorções cognitivas: conheças as principais e como identificá-las. Disponível em https://www.artmed.com.br/artigos/distorcoes-cognitivas-conhecas-as-principais-e-como-identifica-las. 2024.