Autor: Sabrina Sasso Nobre
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A confusão entre ilusão e alucinação é comum; muitas pessoas as tratam como sinônimos. Ambos os fenômenos são formas de distorções na nossa sensopercepção.

A ilusão consiste numa percepção deformada ou alterada de algo que realmente existe. Geralmente, há um objeto real subjacente ao processo de sensopercepção, e diversos fatores psicológicos podem desencadear essa distorção. Ela é frequentemente observada em condições como estados de consciência reduzida, fadiga grave, inatenção marcante e em certos estados afetivos. As ilusões podem assumir diferentes formas, como visuais ou auditivas. Por exemplo, é comum experimentar ilusões visuais, como ver figuras humanas, animais ou objetos em padrões aleatórios, como nuvens ou superfícies texturizadas.

Por outro lado, as alucinações envolvem a percepção de um objeto sem que ele esteja presente. Pessoas que experienciam alucinações podem perceber com clareza e detalhes uma voz, ruído ou imagem que não têm uma fonte física correspondente. Embora possam ocorrer em indivíduos sem transtornos mentais, as alucinações são mais comuns durante episódios psicóticos, especialmente quando há uma predisposição para a psicose associada ao estresse, ansiedade e distúrbios do sono. Elas podem se manifestar em diferentes modalidades sensoriais, incluindo auditivas, visuais, olfativas, gustativas, táteis e cinestésicas.

Ambos os fenômenos são frequentemente observados em casos de transtornos mentais. As alucinações são comuns em transtornos de personalidade, quadros neurocognitivos, transtornos de humor e esquizofrenia, enquanto as ilusões são mais encontradas em quadros de delírio, com uma distorção perceptual associada a condições como depressão, ansiedade e transtornos de personalidade.

Referência:

Dalgalarrondo, Paulo. Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais. Porto Alegre: Artmed, 2019.